Texto por Tiago Vanhala
Ao longo dos últimos anos, diversos filmes e séries tentaram recriar o charmoso cenário de Downton Abbey, o que na teoria seria fácil, uma Inglaterra nas primeiras décadas do século XX, sotaques carregados e figurinos característicos, porém nada conseguiu chegar perto do universo de Downton Abbey, que após entrar para história da televisão, decidiu se aventurar nas telonas e o resultado foi espetacular, como se era esperado, agora, uma sequência, que acrescenta algo ainda mais bonito a esse mundo: o cinema.
Lady Violet Crawley, a matriarca vivida por Maggie Smith, anuncia a seus filhos e netos que herdou uma vila no sul da França, à beira-mar. O presente lhe foi dado de herança por um marquês, com quem ela teve uma rápida relação quando ainda era solteira.
Ao mesmo tempo, a família autoriza a gravação de um filme em Downton Abbey, A trama então se divide em duas. Parte dos personagens vai ao sul da França enquanto o resto tem de lidar com o set de filmagens em sua casa.

Elogiar Downton é fácil, aqui temos os mesmos acertos de sempre, uma fotografia que tem algo a nos dizer, uma direção caprichada mas que nunca rouba a cena, e a trilha sonora que te leva junto com o longa de forma que mais de duas horas, parecem minutos. Atribuo muito o sucesso da produção a trilha que cria sempre um ritmo que parece que foi planejado pra combinar com cada palavra dita pelos personagens, é mais glamouroso que as roupas.
A ideia de trazer de forma literal o cinema pra dentro daquela casa, é muito simbólico, desde a relação dos criados com a chegada dos atores, até a adição de novos personagens que vivem dramas muito interessante e que se desenvolvem com facilidade ao longo do filme.
A experiência será diferente dependendo do apego com a série, quem nunca nem chegou perto, vai ter a certeza que assistiu um bom filme, mas não vai sentir o impacto emocional de quem acompanha aquelas histórias a anos, quanto ao fã da história da televisão, esse já iria assistir independente da qualidade, e ao sentar na cadeira do cinema, se deparará com 126 minutos de conforto, de uma história ao mesmo nível dos 52 episódios, sem tirar nem por, com exceção da personagem mais carismática da história: Violet, que aqui mostra uma nova face mas que percebemos que sempre esteve ali, porém escondida, ótima ideia dos roteiristas terem achado essa versão de Lady Crawley.