Crítica por Marianna Straccialini
Chega hoje (17) aos cinemas o suspense nacional A Jaula, dirigido por João Wainer e remake do filme do filme argentino 4×4.
Ambientado em praticamente só um cenário, a trama começa quando o jovem Djalma (Chay Suede) entra em um carro luxuoso para roubar o rádio e não consegue mais sair.
A sorte não está ao seu favor e em minutos acompanhamos um verdadeiro caos se instaurar. Com um sistema de segurança avançado, o carro não abre mais por dentro, o jovem fica sem bateria no celular e ainda dá um tiro na própria perna enquanto tenta se libertar.
Nós o assistimos dormir e acordar, sentir fome, sede, frio e chegar à beira da morte, enquanto nos perguntamos: isso é justo por um rádio?
Suede consegue se afastar da imagem de galã e não tem medo de vestir a personagem, se jogando nos momentos mais desesperadores e angustiantes. Mas apesar de segurar muito bem toda a primeira parte, quando está sozinho em cena, Djalma e Chay vão perdendo a força, ainda mais com a chegada de Alexandre Nero.

Em determinado momento, o dono do carro liga para Djalma e uma troca entre as personagens se inicia. Nero, na maior parte do tempo, só é ouvido através desses telefonemas e não decepciona, entregando uma atuação forte e convincente, apesar de cheia de frases retiradas dos mais variados cidadãos de bem por aí, o que acaba enfraquecendo o roteiro e se tornando muito mais caricato do que uma ação doentia.
A história não perde tempo, mas se torna repetitiva, quase ao ponto de perdermos o interesse no que vem a seguir. Apesar de tentar ser uma crítica social, o filme fica no raso. Não humaniza o protagonista, que permanece praticamente desconhecido. E ao invés de te fazer refletir na moral da história, após terminar, você simplesmente a esquece, infelizmente.