Texto por Marianna Straccialini
Mike McCann (Liam Neeson) e seu irmão, Gurty (Marcus Thomas), são contratados por Jim Goldenrod (Laurence Fishburne) para carregar o material necessário para salvar um grupo de trabalhadores que ficou preso numa mina, depois de uma estranha explosão.
O grupo – que também conta com a jovem e talentosa motorista Tantoo (Amber Midthunder), e um dos funcionários da mineradora, Tom Varnay (Benjamin Walker) – parte então para uma viagem de 30 horas para o Canadá, correndo contra o tempo antes que o oxigênio dos mineradores acabe.
Mas além do tempo, outro detalhe importante é que boa parte do trajeto será sobre lagos congelados, que formam uma estrada do gelo de 400km de comprimento. E, pra ajudar, está na época de degelo. Aja fôlego!
Num verdadeiro “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, os caminhoneiros precisam manter uma velocidade específica: se acelerar demais, o gelo quebra… se pararem, o gelo também quebra. Desde o começo a obra te prende na cadeira, ombros tensos e coração acelerado.
Diferente de tantos filmes de ação, que dependem muito da suspensão de descrença do espectador, Missão Resgate te faz acreditar no que acontece. Tanto os perigos quanto as soluções. E até quando você pensa “que sorte!”, o filme explica que aquilo, de algum jeito, faz sentido. Mas é claro que temos a dose necessária de cenas nonsense, afinal, isso é entretenimento.

Mas nem só de corridas no gelo com caminhões que pesam toneladas vive Missão Resgate. Sem medo de cutucar algumas feridas, o filme tem três pontos muito positivos na história.
O primeiro é que o vilão não é nenhum terrorista, mas sim uma grande corporação corrupta que não mede esforços para esconder seus erros, e que está mais do que disposta a matar para continuar lucrando.
Também vemos a delicada situação em que vivem os veteranos de guerra, e toda a complexidade que esse assunto carrega nos Estados Unidos. O personagem Gunty sofre de transtorno pós-traumático e afasia, mas além de seus distúrbios, o filme faz questão de mostrar o tratamento que essas pessoas recebem, tanto de pessoas comuns, quanto dos centros médicos especializados.
E por último, mas não menos importante, sabemos um pouco das questões das comunidades indígenas, trazidas aqui pela personagem Tantoo – que apesar de, infelizmente, ser a única personagem feminina, tem uma história e um bom desenvolvimento na trama, sem ficar esquecida ou passar pelos clichês óbvios do gênero.
Escrito e dirigido por Jonathan Hensleigh (de Jumanji e Duro de Matar – A Vingança), o filme não surpreende no enredo e não é uma obra prima, mas entrega uma boa aventura que entretém.