Texto adaptado e traduzido da Variety
O estoque de conteúdo da Netflix este ano pode dar ao streaming o maior número de indicações para melhor filme de qualquer estúdio da história, um recorde mantido pela Metro-Goldwyn-Mayer, que recebeu cinco indicações no nono Oscar em 1937.
Pode até render ao gigante do streaming sua primeira vitória de melhor filme depois de perder a estatueta com títulos como “O Irlandês” de Martin Scorsese e “Roma” de Alfonso Cuaron.
Com a pandemia de COVID-19 impedindo os estúdios de lançar seus filmes nos cinemas, a Netflix tem muitos candidatos às categorias principais do Oscar. Faltando cinco meses para a temporada de premiações, ainda é cedo para avisar se a distribuidora terá sucesso em quebrar o recorde.
“Mank” de David Fincher e “Os 7 de Chicago” de Aaron Sorkin são os mais prováveis de aparecerem entre os indicados á melhor filme, ambos receberam ótimas críticas e ostentam muitos dos elementos que normalmente são reconhecidos pela Academia.

“A Voz Suprema do Blues” é outro favorito. O falecido Chadwick Boseman é um dos mais aguardados para aparecer na lista da Academia como um dos dois principais candidatos a melhor ator (o outro é Anthony Hopkins em “O Pai”).
Supondo que Boseman seja “aquele” a se juntar a Peter Finch (“Network”) como o único vencedor póstumo de melhor ator, o filme quase certamente renderia uma indicação de melhor filme.
Nos últimos 50 anos, houve apenas 10 vencedores de atores principais cujos filmes não receberam uma indicação de melhor filme. Nos últimos 20, houve apenas três: Jeff Bridges em “Crazy Heart”, Forest Whitaker em “O Último Rei da Escócia” e Denzel Washington em “Dia de Treinamento.
Outro títulos da Netflix que estão em alta entre os principais críticos de cinema são: “A Festa de Formatura” de Ryan Murphy com elenco premiado, “Destacamento Blood” de Spike Lee que pode render outra indicação a Chadwick Boseman, “O Céu da Meia-Noite” estrelando George Clooney, “Pieces of a Woman” com a monstruosa atuação de Vanessa Kirby.

Mas a Netflix não quer apenas ser indicada. O streaming está gastando muito para produzir e comercializar seu conteúdo porque quer o prêmio principal. Depois de ganhar por pouco com “Roma” de 2018 e perder com “O Irlandês” e “História de um Casamento” de 2019, este pode ser o ano em que finalmente a empresa leve uma estatueta de uma categoria principal pra casa.