A segunda temporada da série sobre serial killers, Mindhunter (Caçadores de Mentes) chegou quase dois anos depois de sua estreia na Netflix, no último dia 16 de agosto.
Ambientada nos anos 70, a série é baseada no livro homônimo de John E. Douglas e Mark Olshaker, e retrata um momento muito importante da investigação norte-americana, quando o termo “serial killer” foi definido e passou a ser adotado como um padrão para crimes.
A produção chama a atenção ao trazer caracterizações fiéis dos serial killers e conta sem rodeios os detalhes de seus crimes.
Ótima pedida para fãs de séries sobre crimes e investigação. David Fincher (responsável por filmes como “Clube da Luta” e “Sev7n”) assina a produção executiva da série ao lado da atriz Charlize Theron, que detém os direitos de adaptação do livro. O cineasta também dirige o episódio piloto.
Confira abaixo as histórias dos serial killers reais retratados em Mindhunter. Com um bônus especial no final:
Edmund Kemper

Aparecendo no primeiro episódio da série, Kemper era conhecido como o “Co-Ed Killer” (algo como “assassino de colegiais”). O nome veio por ter sequestrado seis estudantes, as decapitado e então feito sexo tanto com seus corpos quanto suas cabeças. Ele só foi preso em 1973 por ter confessado que matou a própria mãe e uma amiga dela.
Jerry Brudos

Na vida real, ele foi um assassino apelidado de “Assassino da Luxúria” ou “Assassino do Fetiche em Sapatos”, na qual tinha um fetiche sexual por pés e pelos pertences de suas vítimas femininas. Eventualmente vestia as roupas de suas vítimas e se masturbava com elas. Foi preso em 1969 e confessou ter estrangulado e matado quatro jovens mulheres, mas os números de suas vítimas é maior. Ele morreu em 2006 de cancêr no fígado.
Monte Ralph Rissell

Embora a série entre em detalhes sobre as vítimas de Rissell, identificando a primeira como prostituta, não há tantas informações sobre ele no registro público, como é o caso de outros assassinos entrevistados. Segundo relatos do Washington Post, Rissell violou e matou cinco mulheres durante um período de nove meses no outono de 1976. Ele tinha 18 anos na época e já havia sido condenado por assalto e estupro uma vez antes dos 16. Rissell foi elegido para liberdade condicional em 1995, mas permanece preso no Centro Correcional do Estado de Pocahontas, em Virgínia. Ele tem 59 anos de idade.
Richard Speck

Speck já era alcoólatra aos 15 anos. Quando tinha 24 anos, em 1966, estava em Chicago à procura de trabalho, mas ficou bêbado e acabou em uma casa onde viviam 8 estudantes de enfermagem. Ele matou cada uma delas de forma sistemática. Existia uma nona mulher que se escondeu debaixo da cama e sobreviveu ao massacre. Na série, Speck alega na entrevista que matou as mulheres porque “simplesmente não era a noite delas”. A tatuagem “born to raise hell” que aparece em Mindhunter também é real e foi uma das formas que serviram para que Speck fosse identificado . Ele morrreu em 1991 de ataque cardíaco.
Darrell Gene Devier

A cena com o serial killer é uma das mais interessantes da primeira temporada da série. Holden e Tench resolvem o caso de Darrell Gene usando métodos extraídos de suas conversas com os assassinos em série. Darrell não era Serial Killer, mas um cortador de árvores que trabalhava em um bairro rural em Geórgia. Foi neste bairro que ele estuprou e matou Mary Frances Stoner, de 12 anos. Darrell realmente passou no teste de polígrafo, mas graças ao método dos agentes, confessou o crime e foi preso.
Dennis Rader – BTK

O misterioso personagem que apareceu diversas vezes durante a primeira temporada é Dennis Rader, o Estrangulador BTK, sigla é formada pelas iniciais das palavras “bind, torture, kill”, que em português significam “amarrar, torturar e matar”. Entre 1974 e 1991, matou ao menos dez mulheres na cidade de Wichita, no estado norte-americano do Kansas. As buscas por ele duraram décadas. Foi só em 2004 que uma equipe responsável por rever casos do passado conseguiu capturar o serial killer.
David Berkowitz

Citado na primeira temporada como “O Filho de Sam”, David Berkowitz volta para a segunda temporada de Mindhunter como um dos assassinos retratados que poderá ajudar os detetives da série a desvendar o caso dos assassinatos de crianças de Atlanta. Foi um ativo serial killer entre 1976 e 1977 em Nova Iorque e matou seis pessoas, ferindo outras sete. Seus alvos eram mulheres jovens. O homem disse às autoridades que havia cometido os crimes por influência de Sam, cachorro de seu vizinho, que o teria possuído durante os atos.
William ‘Junior’ Pierce
Mesmo sendo um dos serial killers menos conhecidos da série, Pierce é um dos assassinos mais prolíficos do estado da Georgia, com 9 vítimas em menos de 1 ano. O criminoso tinha problemas intelectuais, e seu QI não chegava a 70. As vítimas de Pierce variavam em idade, dos 17 aos 60 anos, sete mulheres e dois homens. Pierce está vivo até hoje, cumprindo pena de prisão perpétua na Carolina do Sul. Ele aparece na segunda temporada da série.
William Henry Hance

Na série, Hance é caracterizado como um homem quase ingênuo, que desenvolveu um plano complicadíssimo e cheio de falhas para encobrir seus crimes. Ele era soldado e matou 4 mulheres em locais próximos à bases militares. Na vida real, Hance realmente mandou cartas para a polícia culpando um grupo fictício de homens brancos batizado de “Forças do Mal” por seus crimes. Hance acabou condenado pelo assassinato de 3 de suas 4 vítimas, e foi executado por cadeira elétrica em 1994.
Elmer Wayne Henley Jr.

Henley foi julgado e condenado pela morte de seis jovens, em 1974. Ele agiu em parceria com outro serial Killer, Dean Corll ( também conhecido como Candy Man ) juntos eles mataram cerca de 28 pessoas. Henley chegou, até mesmo, a matar seu companheiro de crimes, Corll, em 1978. Robert Aramayo, que interpreta Henley em Mindhunter, foi o jovem Ned Stark em Game of Thrones.
Paul Bateson

Bateson era especialista em radiologia, e fez uma pequena ponta na cena do hospital do filme O Exorcista. Em 1979, Bateson foi condenado pelo assassinato do jornalista Addison Verrill. Em uma decisão chocante, ele pegou apenas 20 anos de prisão pelo crime. O assassino também foi investigado por 6 mortes de homossexuais que aconteceram em Manhattan nos anos 70, mas devido à falta de evidências incriminatórias, nunca foi condenado pelos crimes. Ele foi libertado da prisão em 2003.
Wayne Williams

Ele é o principal suspeito do assassinato das crianças de Atlanta. Creditado como um serial killer acusado de matar dois homens nos arredores de sua cidade natal, mas, além dos assassinatos de que foi acusado, acredita-se que ele é o autor de outras 23 mortes entre 1979 e 1981, sendo a figura central dos chamados Assassinatos de Crianças de Atlanta. Ele continua preso ao seguir com sua pena normalmente, mas, décadas depois, os assassinatos de crianças e adolescentes de Atlanta ainda não foram solucionados.
Charles Manson

Há uma grande coincidência em Mindhunter e no novo filme de Quentin Tarantino, Era Uma Vez Em… Hollywood: Charles Manson é interpretado pelo mesmo ator, Damon Herriman, nas duas obras. Considerado um dos maiores serial killers da história, ele foi o mandatário do assassinato de sete pessoas em 1969 e por liderar a gangue que invadiu a casa do diretor de cinema Roman Polanski e assassinou brutalmente sua esposa, a atriz Sharon Tate, e outros quatro hóspedes. Manson queria dar início a uma guerra racial com seus crimes, e acreditava estar recebendo mensagens escondidas em músicas dos Beatles.
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Bônus
O trio protagonista responsável pelas pesquisas que são enredo principal da série não são personagens reais mas foram inspirados em pessoas reais que foram primordiais no ramo. Confira abaixo:
Holden Ford

O policial que inspirou o protagonista da série chama-se John Douglas. Ele é o autor do livro “Mind Hunter: Inside the FBI’s Elite Serial Crime Unit”, no qual se baseou o roteiro e foi um dos mais notáveis agentes da história do GBI. Ele foi um dos primeiros agentes a criar perfis psicológicos de assassinos em série e criminosos condenados por atos violentos. Além de inspirar Ford em Mindhunter, Douglas serviu como base para a criação de Will Graham na série Hannibal e Jack Crawford nos livros de Thomas Harris. John E. Douglas se aposentou em 1996.
Bill Tench

O agente Bill Tench, que ajuda Holden em sua jornada, foi inspirado pelo veterano do FBI Robert K. Ressler. Nascido em Chicago, se juntou ao Bureau em 1970. Ressler também é agente da BSU e criador do termo Serial Killer. Ele entrevistou assassinos nos anos 80 e desenvolveu a primeira base de dados de informática de crimes não solucionados, o que ajudou a capturar os criminosos. Trabalhou em casos importantes, incluindo pesquisas para Jeffrey Dahmer e Ted Bundy. Ele morreu em 2013.
Dra. Anna Torv

A psicóloga Anna Torv é inspirada na Dra. Ann Wolbert Burgess. Ela realmente trabalhou ao lado de Ressler e Douglas na BSU, os quais são creditados ao livro “Homicídio Sexual: Parões e Motivos”, um estudo inovador de assassinos em série publicados em 1988. Ela foi pioneira no tratamento de trauma e vítimas de abuso, co-fundadora de um programa de apoio à vítimas de violência sexual no Boston City Hospital. Ela ainda dá aulas no Boston College.
Interessante saber as histórias por trás dos personagens né? E pensar que todos os crimes retratados na série aconteceram de verdade. E você, já assistiu Mindhunter? Já conheceu os serial killers que citamos aqui? Corre pra assistir!